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Breve História da SCMOA

ORIGEM E PRIMEIROS TEMPOS

ENTRADA DO EDIFÍCIO SEDE DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS

ENTRADA DO EDIFÍCIO SEDE DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE OLIVEIRA DE AZEMÉIS

De há muito que constituía uma grande preocupação da população de Oliveira de Azeméis e do seu Concelho a criação de um Hospital onde pudessem ser prestados cuidados de saúde às pessoas menos dotadas de meios de fortuna. Veio a consegui-lo no final do séc. XIX com base na generosidade dos grandes beneméritos oliveirenses Manuel José Ferreira Alegria e esposa, D.ª Amália Dourado Alegria, e Alexandre José Correia Vilar.

Mas este facto trouxe nova preocupação: Construído o Hospital, quem cuidaria da sua gestão? Alguém ou alguma entidade aceitaria a sua doação para que pudesse servir os almejados fins? Foi dessa necessidade que surgiu a ideia da criação da Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis, cuja data oficial da fundação podemos situar em 26 de Outubro de 1891, data em que os irmãos fundadores e instaladores deram por concluída a elaboração dos primeiros estatutos e procederam à sua assinatura. Esses estatutos foram aprovados por Alvará do Governador Civil de Aveiro em 7 de Março de 1892, sendo a primeira Assembleia Geral realizada em 27 de Abril seguinte.

HOSPITAL DE SÃO MIGUEL

HOSPITAL DE SÃO MIGUEL

Uma vez que a Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis passou a ter então personalidade jurídica, em 4 de Maio de 1892 foi celebrada a escritura em que os atrás referidos Comendador Alexandre José Correia Vilar e Manuel José Ferreira de Alegria e sua esposa, D.ª Amália Dourado Alegria, lhe fizeram doação do edifício do Hospital.

Após múltiplas vicissitudes, este viria a ser inaugurado passados três anos, em 1 de julho de 1895. E assim, durante 80 anos – até 1975, ano da sua integração no Serviço Nacional de Saúde – coube à Santa Casa a sua gestão e administração.

JOAQUIM CÉSAR SOARES DE PINHO

JOAQUIM CÉSAR SOARES DE PINHO

Porém, a partir de 1960, a Misericórdia ampliou a sua ação, estendendo-a à assistência e apoio à Terceira Idade, mercê da doação do benfeitor Joaquim César Soares de Pinho, natural de Macinhata da Seixa e falecido a 28 de Novembro de 1958.

No seu testamento, para além de alguns subsídios a instituições e lembranças aos familiares, todo o remanescente da herança foi legado à Misericórdia, que ficou com a obrigação de instalar um “Recolhimento para Inválidos” na casa onde viveu e morreu, no centro de Oliveira de Azeméis. Passados menos de dois anos sobre a sua morte, o “Recolhimento de Inválidos César Pinho” abriu as portas aos primeiros utentes, tendo sofrido posteriormente, em 1982, profundas obras de restauro que lhe aumentaram a capacidade e o conforto. E manteve a sua função originária até Janeiro de 1999, como adiante se explicitará.

ANTIGO RECOLHIMENTO DE INVÁLIDOS CÉSAR PINHO

ANTIGO RECOLHIMENTO DE INVÁLIDOS CÉSAR PINHO

Frente ao referido “Recolhimento de Inválidos César Pinho” situa-se o denominado “Palacete do Comendador”, uma construção apalaçada dos anos trinta do séc. XX, que, após o 25 de Abril, foi adquirida pelo Instituto das Obras Sociais com a finalidade de aí ser instalado um “Centro Infantil”. As obras de recuperação de que necessitava para o efeito foram iniciadas, mas, passado pouco tempo, o empreiteiro abandonou os trabalhos. Face às dificuldades que o Instituto tinha na gestão e realização dessas obras, lançou, através da Câmara Municipal, um apelo para a colaboração de alguma Instituição oliveirense. A autarquia indicou a Misericórdia e esta correspondeu ao apelo.

“PALACETE DO COMENDADOR”

“PALACETE DO COMENDADOR”

Foram, assim, retomadas e finalizadas as obras e, em 1 de Setembro de 1983, entre o Instituto das Obras Sociais e a Misericórdia de Oliveira de Azeméis, foi estabelecido um acordo de cooperação e gestão respeitante ao Centro Infantil então criado e que veio a dar origem ao Infantário – Creche e Pré-Escolar – desta nossa Santa Casa, que ali funcionou até finais de 2009, altura da mudança para novas instalações.

Entretanto, em 1989 a Misericórdia solicitou ao Instituto a cedência da garagem anexa ao Palacete e nela levou a cabo as obras necessárias à instalação de um A.T.L., que ali passou a funcionar até à referida mudança.

NOVAS INTALAÇÕES NA ABELHEIRA

MAQUETA DO EDIFÍCIO DO LAR
MAQUETE DO EDIFÍCIO DO LAR

A reduzida dimensão do “Recolhimento de Inválidos” e a crescente procura motivaram a Misericórdia para um arrojado projeto: a construção de raiz de um edifício para a instalação de um novo Lar. Para o efeito, foi adquirida, por compra, uma propriedade agrícola no sítio da Abelheira, subúrbios de Oliveira de Azeméis, com uma área de 56.000 m2, onde foi construído o atual Lar com capacidade para 80 idosos em permanência e mais 40 em Centro de Dia. É também aqui que a Instituição tem a sua sede, concentrando nesse espaço todos os serviços inerentes.

A construção prolongou-se por nove longos anos e só com muita luta e abnegado sacrifício foi possível levá-la a bom termo. Finalmente, em Janeiro de 1999, os trinta idosos que então albergava o “Recolhimento de Inválidos César Pinho” foram instalados no novo Lar.

NOVAS INSTALAÇÕES

NOVAS INSTALAÇÕES

Depois da necessária adaptação deste grupo às novas instalações, começaram então a ser aí acolhidos os idosos que se encontravam em lista de espera e em 26 de Junho de 1999 procedeu-se à inauguração oficial da obra.

A instalação no novo edifício possibilitou o desencadear de um intenso trabalho social que a Misericórdia logo desenvolveu, como sempre a favor dos mais desfavorecidos.

De facto, até à mudança para o novo edifício, a carência de espaço e de pessoal técnico tolhia-lhe completamente a capacidade de acção, mas agora, com maior e mais adequado espaço, já se tornava possível desenvolver novas e mais eficientes tarefas, como efetivamente veio a acontecer.

NOVAS VALÊNCIAS E NOVOS PROJETOS

PORMENOR DA SALA DO “SER FAMÍLIA”
PORMENOR DA SALA DO “SER FAMÍLIA”

Assim, no mês de março de 1999, foi criado o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), resposta social voltada para as pessoas que, embora permaneçam em suas casas, não têm o necessário apoio familiar e necessitam de ajuda para satisfação das suas necessidades básicas e atividades da vida diária. Iniciado este Serviço com uma equipa, presentemente são seis as equipas que prestam apoio a idosos, tanto diurno como noturno, estendendo-se este até às 23:30 horas, incluindo sábados, domingos e feriados.

Em julho seguinte foi lançado o projeto Centro Comunitário “Família e Comunidade” – atualmente designado por Centro Comunitário “Ser Família” – um projeto orientado para o trabalho junto da comunidade na tentativa de proporcionar condições para iniciativas individuais e coletivas com vista à integração dos mais desfavorecidos e à prevenção de situações de exclusão social.

Prosseguindo a sua missão, a Misericórdia, em setembro do mesmo ano, criou o Centro de Dia, estrutura destinada a acolher, durante o dia, idosos que, à tarde, regressam às suas casas para aí passarem a noite.Este projeto, para além de gerir um banco de recursos destinado a fazer face a situações pontuais de carência de alimentos, vestuário, material de higiene, etc, alarga ainda a sua ação ao campo do Rendimento Social de Inserção (RSI), competindo-lhe desenvolver as tarefas administrativas indispensáveis à concessão desse benefício social.

Em outubro de 2000 a Instituição foi autorizada pelo INOFOR a desenvolver a atividade formativa nas instalações do antigo “Recolhimento de Inválidos César Pinho”, agora designado Centro de Formação.

ASPETO PARCIAL DA SALA DO “SOLTAR AMARRAS”

ASPETO PARCIAL DA SALA DO “SOLTAR AMARRAS”

Essa atividade iniciou-se com um curso de jardinagem e continuou depois com inúmeros Cursos de Formação para beneficiários do Rendimento Social de Inserção e desempregados de longa duração, na área da cozinha, dos serviços pessoais à comunidade e ainda para certificação escolar do 9º. Ano e profissional do Nível II, de Técnicas Administrativas para certificação escolar do 12º. Ano e profissional do Nível III com programas de inserção de emprego, valência de formação profissional. Também os colaboradores da Santa Casa não foram esquecidos, tendo sido ministrados cursos de Ajudantes Domiciliárias, Ajudantes de Lar e Centro de Dia, Informática (inicial e avançada), Primeiros Socorros, Expressão Plástica, etc.

Em julho de 2001 foi criado, em parceria com a Segurança Social, uma Equipa de Intervenção Direta denominada “Soltar Amarras”, que tem como objetivo delinear estratégias de intervenção, ao nível social e psicossocial, no âmbito da toxicodependência e do alcoolismo, junto dos indivíduos dependentes, suas famílias e comunidade.

RESIDENCIAL CÉSAR DE PINHO

VISTA FRONTAL DA RESIDÊNCIAL
VISTA FRONTAL DA RESIDÊNCIAL

O espírito solidário da nossa Santa Casa, pese embora essencialmente virado para os menos afortunados da nossa sociedade, também não esqueceu aqueles que, apesar de terem possibilidades económicas e financeiras, não têm família ou, pelo menos, família que cuide deles, vivendo, pois, em solidão.

Daí nasceu o projeto de construção, paredes meias com o Lar, de uma Residencial para acolher essas pessoas. A obra foi concluída em julho de 2004 e, a partir daí, vem cumprindo a sua função, cremos que com geral agrado, sobretudo dos seus residentes.

Em 2015 foi-lhe atribuída a designação de “Residencial César de Pinho”, justamente em homenagem a esse grande benemérito desta Misericórdia.

INFANTÁRIO

FOTO FRONTAL DO INFANTÁRIO
FOTO FRONTAL DO INFANTÁRIO

Também as crianças do Infantário beneficiaram grandemente com a opção pela Quinta da Abelheira para instalação do núcleo principal dos serviços da nossa Instituição.

De facto, em finais de 2009 foi possível às nossas crianças deixarem o velho “Palacete do Comendador” e mudarem-se de armas e bagagens para as modernas instalações construídas de raiz no complexo do Lar e da Residencial, instalações onde têm, inquestionavelmente, muito melhores condições de vida e de aprendizagem do que tinham anteriormente.

Este é, pois, em traços largos, o percurso, até ao presente, desta nossa Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Azeméis, percurso de que todos os oliveirenses – e, também, não oliveirenses – que para ela contribuíram se podem orgulhar.

E, entre esses, estão, naturalmente, os que, ao longo destes 126 anos, a serviram, quer os membros dos corpos sociais quer os trabalhadores/profissionais, incluindo obviamente os cerca de 140 que atualmente o fazem com todo o empenho e dedicação.

A todos o nosso obrigado!

E a si que nos lê também, com votos de que se inteire melhor da realidade desta Instituição, estendendo a leitura às páginas que a seguir dedicamos a cada uma das respostas sociais, projetos e serviços que acabamos de referir neste texto introdutório.

E por que não visitar-nos para ver com os seus próprios olhos?